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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Comunicação Organizacional: surgimento e evolução no Brasil.


O surgimento da comunicação organizacional no Brasil é decorrência do processo de desenvolvimento econômico, social e político do país e da evolução das atividades de relações públicas e do jornalismo empresarial. Foram estes aspectos que permitiram seu crescimento nas últimas cinco décadas, tanto em nível acadêmico quanto nas práticas diárias no mercado profissional.
Este processo começou a se configurar em meados da década de 1950, como conseqüência da aceleração industrial desenvolvida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Um fato marcante que ajudou o desenvolvimento deste campo no Brasil foi a criação da ABRP (Associação Brasileira de Relações Públicas), em 1954. Assim como também surge a primeira empresa de comunicação empresarial. A partir deste contexto, especificamente na década de 1960, as empresas cujas expandiram seus departamentos de comunicação, iniciaram um processo de cultura de valorização da comunicação. As publicações institucionais passaram a ser cada vez mais valorizadas, a fim de atender cada vez mais às novas demandas do mercado.
Neste momento surge em 1967, a ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (na época, com outro significado para a sigla), exercendo até hoje um papel relevante em prol do desenvolvimento organizacional no Brasil.
Com a reabertura política no país, a partir de 1985, novos ares surgem para a comunicação, fazendo com que as organizações entendessem melhor a necessidade de serem transparentes com seus públicos. Consequentemente, perceberam que os antigos modelos tradicionais dos departamentos e de certas ações comunicativas não dariam conta de atender as novas demandas sociais.
Neste contexto, foi compreendido que a comunicação não deveria ser trabalhada de forma linear, mas sim considerando o processo de relação entre os indivíduos e suas particularidades juntamente, assim como a complexidade que permeia todo o processo comunicativo também. Daí a necessidade de ultrapassar a visão “mecânica” da comunicação, para uma visão e perspectiva mais dimensional, crítica e interpretativa.
Desta forma, quando se fala em comunicação organizacional, é necessário pensar em primeiro lugar na comunicação entre pessoas e que os seres humanos não vivem sem se comunicar, e nas múltiplas perspectivas que embasam o ato comunicativo na e da organização.
Em entrevista sobre a comunicação empresarial, Wilson da Costa Bueno diz: “Temos um caminho enorme para trilhar , estamos dando ainda os primeiros passos. A Comunicação Empresarial moderna não pode ficar refém da intuição e do improviso de profissionais e chefias. (...) A comunicação estratégica é uma ficção no quadro brasileiro. Mas, se consolo adianta, pelo menos as organizações já descobriram que a comunicação deveria ser estratégica, integrada, democrática. Agora, só falta colocar em prática.”
Segundo MARCHIORI (2006), temos no mercado excelentes produtores e executores da comunicação. Mas em geral, ainda temos carência de mais “estrategistas”. Faltam ainda profissionais – diretores, gerentes, etc. – que dotados de sólida formação especializada, sejam gestores daquilo que, desde 1985, venho defendendo como “comunicação organizacional integrada”, em que comunicação institucional, a comunicação mercadológica, a comunicação interna e a comunicação administrativa canalizem, de maneira unida, toda a sua sinergia para os objetivos institucionais/corporativos e negociais das organizações.

http://www.rp-bahia.com.br/revista/entrevista.htm

MARCHIORI, Marlene Regina. Faces da Cultura e Comunicação Organizacional. São Paulo: Difusão, 2006.



Por Michele Nunes

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